sábado, 19 de junho de 2010

A importância da ergonomia nos Sistemas de Informação

A Ergonomia tem vindo a aumentar o seu ramo de atuação ao longo dos anos. Com o enorme desenvolvimento dos Sistemas de Informação, começa também a haver uma enorme necessidade de tornar esses sistemas mais acessíveis e usáveis.

Com o crescimento substancial de informação disponível na Web, torna-se mais difícil distinguir a qualidade da informação que se retém. A informação que conta é aquela que satisfaz a necessidade de quem a pretende. Mas nem sempre o resultado que se obtém é qualitativamente, fiável, ainda que o utilizador julgue que o seja.
São inúmeros factores que condicionam a fiabilidade da informação: desde o tipo de publicidade à ausência de elementos de contexto, tudo pode concorrer para que o utilizador julgue estar de posse de dados correctos, formulando a partir deles uma opinião quando de facto não o são, e o resultado pode ser mais ou menos desastroso.
A página web de uma empresa ou organização é a porta de entrada para a sua informação, produtos e serviços. Como tal, deveria reflectir as necessidades dos seus utilizadores. Infelizmente, a concepção e o design de websites é normalmente centrado na tecnologia, na estrutura organizacional da empresa, ou nos objectivos de negócio, em vez de estar centrado nas necessidades reais do utilizador.
A Internet é cada vez mais utilizada para transacções comerciais, quer no Business-to-Consumer quer no Business-to-Business. Lojas e centros comerciais on-line, portais, home bankings, correctoras on-line, sites institucionais, todos estes, para ser bem sucedidos, têm de ser concebidos e estar organizados de forma a não fazer perder tempo ao utilizador: dar-lhe o que ele quer, e fazê-lo da forma mais simples e intuitiva possível. A simplicidade pode não bastar para o tornar bem sucedido, mas é sem dúvida necessária. Porque caso contrário, com mais de mil milhões de páginas na Internet, e mais de 2 milhões só em Portugal, alguém vai fazer back no browser – e sem intenções de voltar.
Usabilidade, Factores Humanos, Ergonomia Cognitiva, Interacção Homem-Computador. Todos estes termos provêm da mesma disciplina, a Ergonomia. A Usabilidade é apenas mais uma área de actuação da ergonomia aplicada ao produto. A usabilidade pode ser aplicada tanto a objectos físicos como a sistemas de informação.
Se pegarmos numa faca, por exemplo, o seu design mostra-nos automaticamente como ela deve ser usada. A lâmina é afiada e pontiaguda, isto diz-nos que não devemos pegá-la por este lado porque poderíamos aleijar-nos. O cabo, por outro lado, parece ser mais amigável, e somos tentados a pegar na faca por este lado. E ainda mais, o cabo tem uma forma que se adapta melhor à mão quando a faca tem a lâmina para baixo. Desta forma, conseguimos distinguir a posição em que devemos usar a faca. Todos estes itens foram pensados durante a fase de concepção da faca de modo a prevenir cortes acidentais, e também para que o seu uso fosse o mais simples possível.
A usabilidade aplicada aos sistemas de informação não é muito diferente do exemplo mencionado em cima. Deve-se criar um sistema que seja intuitivo e fácil de utilizar. O objectivo é criar um sistema tão simples e inteligível, que seja “impossível” haver erros por parte dos utilizadores.
A usabilidade depende de um grande número de factores, incluindo o facto da funcionalidade ir ou não de encontro com as necessidades do utilizador, os passos dados durante o uso do sistema servem ou não para realizar as tarefas do utilizador, e as respostas dadas pelo sistema são compatíveis ou não com as expectativas do utilizador.
Podemos aprender a criar melhores interfaces aprendendo os princípios do design ou as regras do design. Mas nem mesmo o melhor designer do mundo seria capaz de construir um sistema perfeitamente usável sem a ajuda das pessoas que realmente o usam. É necessário recolher informações dos utilizadores, porque são eles que vão utilizar o produto e são eles que vão identificar quais as dificuldades que sentem ao utilizá-lo.

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